Tenho pensado muito sobre o verdadeiro amigo e chego à conclusão de que são poucos, muito poucos.
Fiz uma pesquisa na internet sobre o assunto e recebi respostas interessantes. Deduzi, então, que é importante contar com uma pessoa amiga, dentro ou fora da família.
Tenho duas filhas mulheres e sempre conto com elas nas fases difíceis de minha vida. Afirmam, contudo, em certas ocasiões: “Mãe, não concordamos coma senhora, mas estamos do seu lado”. Aqui, Acolá, discordo de certas atitudes delas, entretanto procuro entendê-las.
A recíproca nem sempre é verdadeira, pois para mim, mesmo estando erradas, fico do lado delas para o que der e vier.
Durante meus oitenta e um anos de vida, fiz muitas amizades dentro ou fora do Estado e mesmo achando que estão erradas, procuro conversar com elas, mas não as afasto de mim. O diálogo é sempre o bom caminho.
Conservei amigos do tempo de meus pais e, ainda hoje, me dou bem com seus filhos e netos. Quando encontro alguém da família dos mais antigos, conversamos, rimos e recordamos fatos interessantes do passado.
Ao escolhermos padrinhos para nossos filhos, não imaginamos a responsabilidade que passamos para os compadres. Serão os segundos pais de nossos filhos, responsáveis depois de nós, por aquela criança que vai se tornar um adulto. Se os dois casais se separam, os afilhados ficam meio órfãos.
Já vi muito relacionamento amigável se deteriorar por causa de política. As críticas não são aceitas de um lado e do outro. E lá se vai uma bela amizade! Muitas vezes, fofoqueiros intermediários são responsáveis pela provável desunião. Lamentável!
Querelas familiares são mais graves. Dizia meu velho pai: “O pior inimigo é sempre o melhor amigo”. Está pertinho de você. Sabe de sua vida. É difícil perdoar. É difícil conversar.
Um bom amigo é um porto seguro! Cuida de você na doença e nas festas. Não se afasta, não “dá um tempo”. Chama para conversar! Não nega um abraço amenizando o sofrimento.
Recentemente, eu e meu marido perdemos um filho de 54 anos. No período de sua doença encontramos anjos bons. Um deles, filho de um casal amigo, chegou junto do João até o último dia. Foi o anjo Danilo, filho de Esmeralda e Leitão. Deus o abençoe sempre!
Outros queridos nos ajudaram, estiveram conosco nos dias negros por que passamos. Não vou citar mais nomes para não esquecer alguém.
O Exército Brasileiro nos ajudou bastante no papel que lhe cabia. Do soldado corneteiro que executou o Toque de Silêncio ao General que abriu as portas dos hospitais.
Fiquei orgulhosa de meus filhos que cuidaram do irmão com amor, carinho e dedicação. Agradeci a Deus a orientação que me deu para educar minha família. Continuo sem entender porque Ele levou meu João tão cedo.
Tenho duas noras: Pollyanna e Rachel. A primeira cuidou do João com força e coragem. A segunda tem me mostrado que, apesar de nossas diferenças, conquistamos o respeito mútuo. São duas boas amigas.
Meu filho Rubião Júnior, que virou meu filho único, correu para abraçar o irmão nos últimos dias de vida, se deslocando do Rio para o Recife.
Mas, leitores amigos, agradeço do fundo do coração ao companheiro que está comigo há 59 anos. Esteja eu certa ou errada, ele me apoia, apertando a minha mão, abraçando-me com força. E pobre coitado daquele que mexer com Da. Alari. Perde um amigo.
E ai de mim se não tivesse ao meu lado o querido, amado e perfumado “ROBIÃO”.
Alari Romariz Torres
É aposentada da Assembleia Legislativa