Conheci Carlito Lima em 1957, quando ia para o segundo ano da Escola Preparatória de Fortaleza, colega do meu namorado, Rubião, ambos jovens cadetes do Exército Brasileiro.
Depois de formados, seguiram para lugares diferentes, mas como Capitães, voltaram a servir juntos no 20º BC, aqui em Maceió. Eu e meu marido, já casados e com três filhos, fomos ao casamento de Carlito e Vânia.
Carlito foi eleito Prefeito da Barra de São Miguel e passou para a reserva, pela lei vigente, como Capitão. Fomos morar em outros lugares e já formados em engenharia, os dois colegas voltaram a se encontrar nesta cidade.
O Capitão Lima ou Carlito para os mais íntimos, sempre teve boas companhias na política: Guilherme Palmeira e Ronaldo Lessa, entre outros. Muito inteligente, especializou-se em causas ambientais, trabalhou na Prefeitura de Maceió, entretanto sempre interessado pelas coisas de nosso Estado.
Enveredou pelo caminho da literatura, cronista semanal de jornais da nossa terra, romancista, de uns tempos para cá, nosso amigo resolveu se dedicar a assuntos culturais mais próximos ao povo. Foi Secretário de Cultura de Marechal Deodoro, onde desenvolveu marcantes trabalhos, em especial, as Feiras Literárias, fato importante na vida de tão ilustre alagoano.
Realizou várias delas em Maceió e em cidades do interior. Convida grandes nomes da cultura estadual e nacional para suas Feiras Literárias. Movimenta a classe estudantil, levando-a a ler e conhecer poetas, escritores e historiadores famosos. Compareci a quase todas e fico entusiasmada com o resultado final.
Uma característica importante de nosso amigo é a maneira como lida com companheiros de direita e esquerda. Encontro-me com ele nas reuniões de veteranos do Exército Brasileiro e em outras da sociedade civil. Impressiona-me a simplicidade com que age em ambos os lados. É o mesmo Carlito, bonachão, amigo de todos.
Durante tantos anos de amizade, vi, poucas vezes, o Capitão Lima aborrecido. Fica bravo, diz o que quer, mas volta ao seu bom humor.
Criou, há dezenove anos, o prêmio “Notáveis da Cultura Alagoana”. Escolhe, através de votação pela internet, figuras de destaque no setor. Já tive o prazer de ser escolhida como articulista e sinto-me honrada quando vou à festa de premiação. Lá encontro pessoas queridas, artistas, cantores, poetas, pintores, radialistas, escritores, pessoas que vêm de fora, mas são da terra.
No dia 26 de janeiro passado fui receber meu prêmio e achei que o Carlito merecia ser premiado. Amigo querido, Reinaldo Lessa, preparou a miniatura de uma de suas obras e eu a entreguei ao nosso legítimo Rei da Cultura.
Carlito Lima e Vânia têm três filhos e vários netos. Casal alegre, amigo, que vive muito bem.
Quando Carlito fez sessenta anos, participamos da linda comemoração no Clube Fenix Alagoano e nos divertimos bastante. O mais legal foi ver de um lado, amigos políticos e de esquerda; do outro, oito coronéis, colegas de turma do aniversariante em pleno regime democrático. E tudo transcorreu num ambiente saudável. Ele, o sessentão, contou casos interessantes de sua vida na caserna e da sua vida política. Festa maravilhosa, dançamos, cantamos e fomos até altas horas da noite.
Carlito, no momento, é do Clube dos Oitentões. A cabeça boa demais, mas o corpo cansado das agruras da vida. Não perde a alegria, a vontade de viver como atestam suas crônicas semanais, de pular um frevo, premiar os amigos. Depois da festa dos “Notáveis da Cultura Alagona”, já está a organizar o pré- Carnaval e o Reinado de Momo, com o seu bloco “Nega Maluca”. E o mais importante: É imortal da Academia Alagoana de Letras.
Como somos amigos de Carlito e Vânia há muitos anos, só nos resta agradecer ao casal por tão sólida amizade.
Para o Carlito Lima gostaria de pedir ao povo da minha terra que reconhecesse seu trabalho de carnavalesco, produtor cultural e escritor.
Ele deveria ser eleito O IMORTAL REI DA CULTURA DAS ALAGOAS.
Alari Romariz Torres
É aposentada da Assembleia Legislativa