Os idosos, quase sempre saudáveis, aproveitam a vida como podem. O mais importante é não ser atacado pelo alemão, isto é, ter bom juízo.
Recentemente, reunimos alguns amigos, todos da turma AMAN 61.
Iniciamos em Paripueira, com o grupo hospedado na Pousada Praia dos Corais. Tentamos organizar diversões compatíveis com nossas idades, em locais conhecidos. O programa que fez mais sucesso foi a seresta noturna de sexta-feira, 21 de abril. O Bar do Osvaldo nos cedeu um local à beira do mar, simplesmente paradisíaco. Foi iluminado em neon com as luzes do conjunto musical. Minha neta, Maria Teresa, cujo nome artístico é Terê Romariz, cantou e encantou os ouvintes, na primeira parte da noite. A seguir, o som do conjunto fez os oitentões relembrarem os velhos tempos, cantando, pulando e dançando até tarde na nossa querida “Cidade das Águas Mansas”.
No sábado, passamos a manhã papeando na varanda e nos jardins da minha casa e após o meio-dia, servi o almoço em no nosso terraço, olhando o verde das ondas e sentindo a brisa que de leve nos acariciava. Tive cuidado com o excesso de gordura. Graças a Deus, tudo saiu bem. Ao anoitecer fomos à Missa na Igreja de Santo Amaro e depois jantamos muito bem no restaurante “Soy Loco per Ti América”, a sensação da cidade.
Continuamos em Maceió no domingo: ficamos no Hotel Sete Coqueiros, ouvimos o final da banda da PM tocando em baixo do coqueiral da Av Sílvio Viana, curtimos as crianças brincando e almoçamos no Palato do outro lado da rua. Na segunda-feira jantamos no Império dos Camarões, quase em frente ao hotel. Em todos os locais fomos bem recebidos e os amigos adoraram o povo alagoano. Ficamos orgulhosos dos nossos conterrâneos.
Foram tantas as emoções na hora das reapresentações que um colega passou mal e teve que ser atendido.
O tempo foi pouco para se falar em filhos, netos e bisnetos. Médicos, engenheiros, militares são profissões de nossos descendentes. A hierarquia foi para o segundo plano. Todos se tratavam pelos nomes, pois hoje, são tios de nossos filhos.
Deus me deu oportunidade de agradecer ao casal Leitão e Esmeralda, pelo bem que Danilo, filho deles, fez a meu filho João, por ocasião de tanto sofrimento no Recife. O casal ficou em nossa casa e tivemos tempo de rir e chorar juntos.
Carlito Lima foi de fundamental importância no encontro. Além da organização e planejamento, ele e Vânia abriram seu lindo apartamento e ofereceram ali um café regional na última noite das nossas atividades. Com esmero e carinho. Vânia, como sempre, excelente anfitriã, nos proporcionou belos momentos.
Agradecemos ao Hotel Sete Coqueiros. Hospedou a caravana. Gildo nos recebeu com fidalguia. Deus o abençoe.
O restaurante do Palato da orla, apesar de dizer que não reservava mesas, nos atendeu muito bem no segundo andar. Todos ficaram encantados com a presteza de rapazes e moças que por lá trabalham.
Outro restaurante muito bom foi o Imperador dos Camarões. A gerente avisou ao hotel que só esperava nossa comitiva até quinze minutos após a hora marcada. Choquei-me um pouco com a determinação e fiz tudo para chegarmos dentro do prazo. Entretanto, nos proporcionaram um bom atendimento. A gerente devia ser militar pelo rigor e exigência de pontualidade.
As emoções foram tantas que alguns dos meninos idosos choraram. Já marcamos novo encontro em Fortaleza, no ano de 2024. Esperamos estar vivos até lá.
Mais uma vez confirmamos a verdadeira amizade que une os militares,, principalmente os que concluem no mesmo ano os cursos de formação. Mesmo decorridos mais de 60 anos, continuam irmãos do coração.
Quase todos já retornaram para suas residências. Só um ficou internado na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, hospital que tem dado ao nosso companheiro um tratamento de primeiro mundo. Agradecemos a médicos e enfermeiros da velha Santa Casa, que honra o nome do nosso Estado.
Nós, idosos, administramos o presente, tememos o futuro e recordamos o passado. Instantes como esses vividos de 21 a 26 de abril são um remédio para nossa saúde. Rever amigos, conhecer novas pessoas, comer bem, dançar, rir e chorar é um bálsamo para nossas vidas.
Estamos na fase de aguardar o chamado de Deus, passar por vários médicos, ter uma caixinha de remédios e curtir filhos, netos e bisnetos.
Se não contamos mais com a força física, temos a cabeça cheia de lembranças e boas ideias.
Deus existe. Não duvidem.
Alari Romariz Torres
É aposentada da Assembleia Legislativa