Em 1989 foi promulgada a nova Constituição Estadual. Daí então, os servidores públicos obtiveram o direito de lutar por dias melhores, através seus sindicatos. Nós, da Assembleia Legislativa, criamos o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Legislativo de Alagoas. O STPAL.
Um grupo forte se juntou e passou a trabalhar pela categoria. Foram anos de luta contra os dirigentes do Poder, não acostumados com reações aos seus atos. O tempo foi passando e fomos construindo o patrimônio da entidade: o prédio sede do sindicato, a sede da COPAMEDH e nosso clube de lazer. Tudo com o imposto sindical, extinto graças à incompreensão do governo federal.
Contávamos naquela época, com o apoio de alguns deputados. Cito sempre aquele parceiro e incentivador na criação de nossa cooperativa médica: José Bernardes. Entre os companheiros mais antigos, lembro-me do Joracy Vasconcelos, conseguindo colocar no orçamento, graças a alguns parlamentares, verbas para nossa COPAMEDH.
O primeiro Presidente foi Luciano Aguiar, muito bom no relacionamento com a Mesa Diretora, sabendo conduzir os movimentos grevistas; muito fez pela categoria. Nesses trinta anos vários companheiros passaram pela direção do “Velho Sindicato”. Com a perda do imposto sindical, a renda da entidade caiu muito. Entretanto ainda é suficiente para explorar a área social, onde existe valiosa ajuda para os que mais precisam.
Infelizmente, ainda nos contrapomos aos dirigentes para recuperar direitos suprimidos. Houve um Plano de Cargos, aprovado, mas os aposentados não foram incluídos. Torna-se necessário recorrer à Justiça para recuperar algo que foi retirado. Posso assegurar aos ativos e inativos que o relacionamento do sindicato com as várias Mesas Diretoras melhorou muito, mas não chegou ao ponto ideal. Existem ainda dezenas de processos judiciais em andamento.
Um ponto negativo nesses trinta anos foi a perda da COPAMEDH. Infelizmente, nossa cooperativa não conseguiu crescer o suficiente para que a receita fosse maior que a despesa. E passamos para a Unimed, empresa privada, que visa lucros. Os salários do Legislativo não acompanham as mensalidades da empresa e alguns sindicalizados estão saindo do plano. Se levarmos em conta a comunidade envelhecendo, é grande o risco dos idosos, principalmente, sair da Unimed.
Temos três entidades representativas da nossa categoria. Todas dirigidas por pessoas sérias, entendidas quanto à responsabilidade dos cargos exercidos. Mas vivemos um tempo difícil, com pequenos reajustes, fazendo com que fiquemos mais pobres.
Nos anos 90, 2000, 2010, os salários dos servidores do Poder Legislativo, do Judiciário e do Tribunal de Contas eram semelhantes. Os líderes sindicais dos três órgãos acompanhavam a tramitação dos reajustes. Hoje, não existe mais isso e a luta de nossos sindicalistas por melhores salários é bem maior. Perdemos um pouco nosso poder de compra e o padrão de vida.
O “Velho Sindicato” continua vivo! A atual Presidente luta por dias melhores, mas não é fácil.
Nós, ativos e inativos, perdemos espaço para os comissionados. Nada contra os assessores dos deputados, mas minha preocupação maior é com as ações dos servidores na Justiça, lenta como sempre.
Estamos em 2022 e vamos para nova eleição no “Velho Sindicato”. Torcemos por uma campanha limpa, sem ataques pessoais ou tentativas de invasões na vida pessoal e funcional de companheiros.
Meu apoio, como sindicalista experiente, aos candidatos Henrique e Victor. São bons rapazes e eficientes servidores. Indico esses colegas, cabeças de chapa nesse pleito, esperando merecer a atenção da categoria.
Alari Romariz Torres
É aposentada da Assembleia Legislativa