Bolsonaro, o medo da prisão
(Brasília) – A continuidade do discurso de ódio e a incitação desenfreada de apoiadores contra o sistema de votação estaria por trás do maior medo de Jair Bolsonaro (PL): ser preso, caso as projeções das pesquisas se confirmem, com vitória de Lula (PT) já no primeiro turno.
Segundo ministros e aliados que estiveram com ele, Bolsonaro estaria inquieto com a estagnação nas pesquisas, que pode levar à derrota para Lula na disputa presidencial e eventual ordem de prisão.As informações que têm como fontes políticos e autoridades que não integram o governo, mas que conversaram com ele nos últimos dias”, além de ministros e assessores do próprio governo – falaram em condição de anonimato – que a dificuldade de se recuperar nas pesquisas tem deixado Bolsonaro inquieto e “transtornado”.
Choque de gestão
O governador Paulo Dantas está precisando determinar a alguns setores do governo o cuidado com a burocracia excessiva, as exposições midiáticas e as viagens recorrentes (muitas vezes desnecessárias).
Já se ouve reclamações de que em algumas secretarias as demandas estão sendo “empurradas com a barriga”, com a justificativa do período eleitoral, o que é não é verdade, pois a legislação não esbarra no fato da máquina administrativa ficar paralisada. Está na hora de um freio de arrumação e de mostrar que governo não é só viagens, redes sociais e festas.
Ato de democracia
No lançamento da chapa Paulo Dantas/Ronaldo Lessa para o governo do Estado, prestigiado por caciques e militantes do MDB e PDT o ambiente foi de festa democrática e elogios mútuos entre os candidatos a apoiadores. Recebido com festa Lessa se mostrava totalmente à vontade, junto com Jurandir Boia e Kátia Born, parceiros de uma vida, e ressaltou “quando saí da clandestinidade para lutar contra a ditadura, o primeiro partido que me acolheu foi exatamente o MDB, portanto não sou um estranho no ninho”.
No final de seu discurso ressaltou:” Eu sou Ciro e o Paulo é Lula, mas isso significa que assim nós nos respeitamos no exercício da democracia”.
Vendendo vaga no Céu
Quando a gente imagina que já viu de tudo aí aparece essa aberração: o “papa” da Universal, Edir Macedo, apoiador do presidente Bolsonaro, vem a sugerir que os fiéis doem todos os seus bens, propriedades e riquezas para a igreja, antes mesmo de morrer.
“Você meu amigo, minha amiga, senhor, senhora, pessoas que tenham bens, propriedades, que tenham riquezas, preste atenção, se você quer fazer algo que agrade a Deus, que vá beneficiar outras pessoas, antes de você morrer, antes de você passar para a eternidade, deixe o que você tem para a igreja”.
Esse cara ainda está solto?
Mágoa e troco de Lessa
O ex-governador ao ser confrontado não esconde suas mágoas da maneira como foi tratado por seus antigos aliados, inclua-se aí o prefeito JHC, ao qual ajudou muito a conquistar a vitória em 2020. Ronaldo Lessa está lotado de razões diante da maneira que foi alijado do processo majoritário, ao qual tinha direito por princípio e mérito.
Caso ganhe a eleição, ao lado de Paulo Dantas, dará um recado e tanto aos que o desdenharam. Lessa faz, no entanto, uma ressalva: “o senador Rodrigo Cunha foi muito correto comigo”.
Contas suspeitas
O caso da prefeitura de Rio Largo não se trata de um fato isolado nessa seara de corrupção à qual somos mostrados ao Brasil. Segundo fontes da própria Polícia Federal à coluna, o planejamento de operações continua em execução e estão “escaladas” outras prefeituras com indícios de desvios financeiros. Pelo menos duas importantes prefeituras do Agreste estão na relação de “visitas”, com muitas evidências e já algumas provas de corrupção, me revelava um delegado da PF.
Começou ruim, acaba pior
Desde o nascimento a candidatura do senador Rodrigo Cunha ao governo do estado enfrentou muitos problemas internos na formação da chapa majoritária. Embora com apoios emblemáticos e de forte densidade eleitoral, a exemplo do deputado Arthur Lira e do prefeito JHC a candidatura conseguiu alçar voo, mas logo começou a definhar e isso vem acontecendo a cada pesquisa registrada e mostrada ao eleitorado.
Pensou Rodrigo que poderia repetir o fenômeno do ocaso, quando foi eleito em 2018. Mas não lembraram a ele o mandato pífio que vem desempenhando no Senado. A lei do retorno.