Agentes realizaram operação na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, na 4ª feira.
A PF (Polícia Federal) encontrou na casa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres uma minuta para o então presidente Jair Bolsonaro (PL) decretar Estado de Defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Brasília.
O objetivo do documento seria mudar o resultado da eleição. O ex-presidente perdeu o pleito para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A informação divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo. Agentes da PF fizeram buscas na casa de Torres na 3ª feira (10.jan).
Em seu perfil no Twitter, Torres disse que havia em sua residência uma “pilha de documentos para descarte” e que “muito provavelmente” a minuta estaria ali. “Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá”, declarou.
O ex-ministro também declarou que a minuta encontrada foi vazada “fora de contexto”, o que teria ajudado a “alimentar narrativas falaciosas” contra ele.
“Fomos o primeiro ministério a entregar os relatórios de gestão para a transição. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como Ministro”, declarou.
Conforme a Constituição, o presidente da República pode, depois de ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar Estado de Defesa para “preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza”.
Torres teve a prisão preventiva decretada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, na 3ª feira (10.jan). A determinação respondeu à representação apresentada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Torres mora em Brasília, no bairro Jardim Botânico. Os agentes saíram do local com um pacote, colocado no carro da corporação.
A PGR (Procuradoria Geral da República) enviou ao STF um pedido de abertura de inquérito contra Torres e o governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), na 3ª feira (10.jan).
Torres é acusado pelas autoridades de ser omisso sobre os atos envolvendo vandalismo e invasões às sedes dos Três Poderes da República em Brasília no 8 de Janeiro.
Ele foi demitido da Secretaria de Segurança Pública do DF por ordem do governador, agora afastado, Ibaneis Rocha (MDB) no mesmo dia em que os extremistas invadiram o Congresso, o Planalto e o STF.
Torres assumiu o cargo depois de chefiar o Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2021 e 2022 no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.