Mais um ano que termina. Começamos a pensar o que fizemos em 2023, quantos amigos conquistamos e quantos perdemos.
É importante saber o que é um amigo verdadeiro, dentro ou fora da família. Não podemos viver sós. Há necessidade de ter alguém com quem conversar, trocar ideias, chorar as mágoas, ter momentos alegres.
Feliz é a pessoa que encontra um parceiro, com ele convive durante muitos anos, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até o fim da vida. Entretanto há pessoas que não encontram seus parceiros, mas possuem amigos de verdade.
Um bom filho é aquele que sabe honrar seus pais; mesmo estando longe, não os perde de vista e procura saber como estão seus velhinhos, tratando-os com carinho e respeito. Em compensação, os pais devem tratar bem seus rebentos, mesmo depois que eles vão embora e formam suas famílias. É difícil porque são pessoas diferentes que se unem, formando novos núcleos. O tempo vai mostrar como lidar bem com a nova situação.
Conheço dois casos de pessoas que desempenharam o papel de filho muito bem. Mesmo com pais separados, cuidaram de seus idosos com muito amor até o fim da vida deles. A um eu dizia sempre: Seu melhor papel é o de filho.
Amigo verdadeiro é aquele que, mesmo sabendo que o outro está errado, ou não concorda com o que ele fez, tenta o diálogo nos momentos mais graves e não o abandona. Costumo dizer da filosofia do homem ou da mulher: “Estou com você e não abro, mas acho que você errou”. Não é amigo aquele que “dá um tempo” e o abandona. Perde momentos valiosos, irrecuperáveis.
Na política quase não se conservam amizades longas. O interesse pelo poder e pelo dinheiro é grande. As pessoas querem subir e se seguram nas outras por puro interesse. Convivi durante anos em ambiente político e percebi um sério interesse pela necessidade de subir mais e mais. A bajulação é o fator que mais une os políticos. É uma área difícil e complicada.
No campo da saúde é comum encontrar médicos, dentistas, enfermeiros, que, além e tratar os doentes, são gentis com eles. Gosto de conversar com esses profissionais, saber o que tenho e o que vai ser feito. Alguns não gostam, são monossilábicos. Outros são maravilhosos. Nos hospitais, se queremos saber o remédio a ser tomado, nem sempre somos atendidos. Tenho sorte e converso bem com a grande maioria dos que me atendem.
Bom demais é ter um amigo no trabalho. Esquecer a concorrência e procurar ser verdadeiro. Ainda hoje, na casa dos oitenta, conto com boas pessoas do meu lado e sei que posso contar com elas. Entre tapas e beijos, vamos convivendo num ambiente bem difícil que é nosso trabalho.
O relacionamento entre patrão e empregado é outro caso sério, que merece ser analisado. Comigo trabalha uma amiga há vinte e cinco anos. Digo sempre a ela: “Nossa convivência tem mão dupla; precisamos uma da outra”.
Na Igreja é difícil conquistar bons amigos. Existe, na maioria, a vontade de agradar o Padre ou o Pastor e nem sempre funciona o sentido de conviver bem com os outros voluntários. É preciso que o dirigente seja muito sábio para administrar personalidades heterogêneas.
Adoro fazer amigos, conversar por onde chego e gosto quando conquisto um novo aliado. Tive uma amiga durante setenta anos. Levamos nossa amizade para filhos e netos.
Procuro ser amiga de filhos e filhas, conservando o respeito mútuo. Não gosto de ser maltratada e levar pequenas reprimendas. Mas, não sou de fácil convivência.
Depois de tudo isso, o amigo verdadeiro é Jesus. Procure-o sempre. Todos temos falhas e nem sempre procuramos o caminho certo.
Desejo a todos um Ano Novo cheio de amigos verdadeiros.
Deus existe. Não duvidem!
Alari Romariz Torres
É aposentada da Assembleia Legislativa