Certa vez Jesualdo estava em viagem de turismo quando ao visitar castelo medieval, o guia relatou interessante fato ali acontecido séculos atrás:
“Estavam reunidos junto ao imperador, todos os seus lordes, em formidável banquete quando em determinada altura, o anfitrião soltou expressivos gases barulhentos, e o sucedido, foi ocorrer justo no instante em que cessaram-se as conversas, enquanto os convidados abocanhavam iguarias ou distraídos estavam nas performances ao cálice abastecido dos melhores vinhos.
Após o pum todos se entreolharam, em silêncio tumular, causando inclusive alguns engasgues, foi quando imediatamente o bobo da corte solicitou a palavra dizendo: – Vossa majestade queira me dar licença lembrei-me de algo urgente e inadiável terei que fazer, retirando-se da mesa sem olhar para trás, levado por pernas ligeiras.”
Passados alguns dias, de seu retorno, encontrei Jesualdo que ao me contar o fato, relembrou evento acontecido com ele próprio, época em que, aos quatro anos de idade, Germinia sua sobrinha já residia sob seus cuidados, tendo como babá, uma mocinha chamada Zefa, vinda do distrito de Água dos Meninos em Colônia de Leopoldina, tendo chegado ao emprego por indicação de velho conhecido, “Seu” Quincas.
A jovem muito simpática, esforçava-se em cumprir os afazeres, contudo Generosa, rapidamente detectou a mesma possuir defeito interessante, pois todas as vezes em que corria para segurar Germinia, se o deslocamento acontecesse em linha reta, tudo transcorria perfeitamente, bastava existir manobra repentina para um lado ou outro, e imediatamente se escutava o maior tiroteio. Era a funcionária soltando muitos puns.
Levada ao médico, foi diagnosticado ser a menina possuidora da síndrome do sfrincter frouxo, descompensando o controle da emissão de gases em movimentos bruscos. Seguindo orientações do especialista, Zefa conseguiu melhor ajustar a anatomia da estrutura muscular do ânus, apesar de ainda perder as estribeiras em determinadas ocasiões.
Foi quando Jesualdo viajou a Europa levando consigo toda a família, inclusive a auxiliar, para cuidar da criança.
Estavam em Granada na Espanha, visitando o mausoléu dos Reis Católicos Isabel e Fernando, na Catedral da cidade, em cujo entorno dias antes havia acontecido atentado terrorista, e apesar da segurança reforçada, todos continuavam temerosos de que tal episódio repetisse.
Em determinado momento, Germinia arrancou, serpenteando por entre os bancos do templo. De repente, só se escutou o estalado familiar para Jesualdo e Generosa, dessa vez contudo, durando tempo superior ao esperado, pois Zefa percorreu toda a nave central da Capela Real pipocando para valer, momento em que um japonês apavorado, gritou em espanhol: é bala. Todos se jogaram ao chão em estado de pânico generalizado.
A polícia rapidamente interviu. De pé somente Zefa, com Germinia ao colo, Generosa e Jesualdo brancos como vela. A encrenca foi grande. As autoridades, revistaram todos os presentes, mas nem de longe desconfiaram haver sido toda a confusão causada por um rosário de puns expelidos pela doce e estridente cuidadora da criancinha.