Cedo ainda aprendi que muitos vivem apenas porque estão a respirar, pois o fazem sem objetivos, metas, ideais e principalmente sonhos. Uma das maiores alegrias de minha existência foi, ao integrar o quadro de sócios da Academia Alagoana de Letras, detectar ser o altruísmo uma das fontes existenciais da quase totalidade de seus integrantes.
E eis que, após cada vez mais consolidarmos o nome da Instituição na terra de Graciliano Ramos, conseguindo voar cada vez mais alto, cruzando o Oceano Atlântico nas asas da cultura aportando em Portugal, mais precisamente no Solar Condes de Resende, sede oficial da entidade em Vila Nova de Gaia, urbe gêmea da cidade do Porto, tendo o rio Douro a separá-las.
E no apogeu da pandemia COVID 19 quis o destino, tivéssemos a oportunidade, após meses de contatos virtuais, firmarmos documento de mutua cooperação com a Confraria Queirosiana, assim estreitarmos laços culturais, facilmente descobrimos ser o clima entre os irmãos lusitanos nas letras e artes, sempre sustentados na fraternidade, partilha, entrecruzar de vivências que por serem comuns, os aproximam e tornam iguais, tudo isso em torno da figura épica de Eça de Queirós.
Dias atrás, após comparecer a sua sede, para proferir palestra sobre a “história da Academia Alagoana de Letras”, ao termino do evento, junto com o brilhante escritor Carlos Méro que lá também se encontrava, fomos insigníados com o título de sócio honorário em grau mecenas, tendo como juramento, o compromisso de ler e divulgar o grande autor realista português de renome mundial, o patrono da casa, Eça de Queirós.
Extremamente alegre, ao receber o laurel, falei palavras que brotaram do coração e que agora tento reconstituir:
“A gratidão é um fruto de grande valia; não se encontra entre gente vulgar. Todos sabemos o quanto desafiador é manter o equilíbrio em meio ao malabarismo que é viver. Entendo estar o segredo no coração. Agradecer é virtude, dom, gratidão, deixando a alma derramar em felicidade, se suavizando por dentro. É como me sinto nesse instante.
Por esse motivo destaco os sentimentos mais puros à Confraria Queirosiana pela atenção e cuidado que sempre demonstraram não comigo e com o amigo Carlos Méro, mas para com a Academia Alagoana de Letras, que ora representamos.
Aplausos a todos os confrades portugueses, que mesmo longe estão sempre participando dos acontecimentos literários promovidos pela agremiação coirmã na terra Caeté. Tenham a certeza de que esses gestos jamais serão esquecidos, pois “ad eternum”, com muita honra, seremos sócios honorários da Casa de Eça de Queirós.”
Ter a oportunidade de conhecer a Confraria Queirosiana através do brilho das mentes de pessoas como o presidente Tedim, Antônio Pinto Bernardo, Gonçalves Guimarães, Paula Carvalhal, Cesar Oliveira, Manuel Moureira, Francisco Ribeiro da Silva, Ana Maria Casas e tantos outros, é a certeza de estar no lugar certo, em boa companhia, e acima de tudo de que a memória de Eça de Queirós e também a língua portuguesa serão sempre reverenciados.
Alberto Rostand Lanverly
Presidente da Academia Alagoana de Letras