Em reunião nesta quinta-feira (12) ocorrida na sede do Rotary Club, em Palmeira dos Índios, com os representantes da sociedade civil e sindicatos, o prefeito Júlio Cezar (MDB) decidiu suspender por 30 dias o termo de cooperação de quase R$30 milhões nas áreas de saúde e assistência social – realizado com o IGPS – instituto filantrópico de Palmares.
A “parceria” com o instituto permanece – segundo decisão anunciada – para gerir os órgãos e servidores contratados da administração pública.
Com a faca no pescoço
Com uma manifestação marcada para o próximo dia 18, o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Previdência, Seguro Social e Assistência Social (Sindprev), Conselho Municipal de Saúde e outras organizações da sociedade civil iriam expor a face conturbada do prefeito-imperador que muda de ação em sua gestão do dia pra noite semelhantemente ao presidente Bolsonaro.
Com medo da passeata já anunciada e que iria percorrer as ruas de Palmeira dos Índios, o “judas da Saúde” – como ficou conhecido nesse episódio, se antecipou ao ato dos movimentos sociais e propôs a suspensão do termo milionário de cooperação com o Instituto da cidade de Palmares, criando um grupo de trabalho para analisar a contratação em prazo combinado de 30 dias.
Por sua vez, sindicatos, conselho e representantes da sociedade civil resolveram transformar a passeata em assembleia pública na Praça da Independência, na mesma data, às 8:30h, onde serão repassados os informes da reunião e os pontos a serem levados ao grupo de trabalho.
Contudo a decisão do prefeito-ainda não foi formalizada e publicada no Diário Oficial do Município.
O valor da contratação do serviço apenas para a área de administração também não foi divulgado.
Vale frisar que o termo de cooperação apresenta um valor global de quase R$30 milhões e sua suspensão ou execução parcial resultaria em um novo contrato, o que consequentemente geraria um novo procedimento licitatório – fato que inviabiliza a suspensão anunciada pelo prefeito-imperador.
Em outras palavras ou se suspende/rescinde todo o contrato ou não se pode executar o existente parcialmente, ou seja, pelo contrato não pode suspender a “gerência” na saúde e Assistência social e manter na administração.
Malandro é malandro, mané é mané
É evidente que a decisão do prefeito é meramente eleitoreira com o objetivo de estancar os atos e manifestações dos membros da sociedade civil no dia 18.
Com a eleição às portas uma manifestação dessa monta prejudicaria a frágil imagem da candidata do prefeito no pleito de outubro.
E agora vereadores?
Como foi publicado aqui nesta Tribuna do Sertão, dos quinze vereadores apenas quatro se manifestaram contra a “privatização da saúde”: Edinho Queiroz (PP), Salomão Torres (PSB), Sheila Duarte (PT) e Cristiano Ramos (PDT).
Como se posicionarão os edis agora? Aceitarão os termos dessa proposta e permanência milionária do instituto com sede numa sala de 4 metros quadrados de uma galeria em Palmares comercial?
Com a palavra, os nobres edis!
Fonte
Tribuna do Sertao