Lá na Antiguidade, quando o filósofo e matemático grego Platão analisou a humanidade e pensou na exatidão dos números, o amor foi posto em exame surgindo aquele sentimento conhecido por platônico.
Sempre soube o um amor platônico acontece quando um mora na lua e o outro em qualquer lugar do espaço que fosse distante o bastante para dois seres humanos enamorados não poderem se tocar. Trocam olhares apaixonados, tremem ao enxergar um ao outro, suspiram em sonhos acordados.
Em fevereiro de 2016 a revista Época, publicou matéria sob o título: “O Papa também se apaixona” onde relata sobre correspondências escritas pelo cardeal da cidade de Cracóvia, que em 1978 tornou-se Papa João Paulo II, a uma professora de filosofia que vivia nos Estados Unidos, polonesa como ele, chamada Anna-Teresa Tymieniecka.
O teor dos documentos esclarecem que por mais de trinta anos, os dois mantiveram uma relação epistolar delicadamente apaixonada, que durou até a morte dele, e que tem tudo para virar filme em breve.
Apesar dos comentários sobre o tema, todos embasados em fatos por muitos considerados reais, uma notícia está para abalar o mundo, caso seja divulgado pelo Palácio de Buckingham, em Londres na Inglaterra.
Logo após a morte da Rainha Elizabeth II, familiares ao desocupar gavetas reais, ali encontraram inúmeras cartas sigilosamente recebidos e também enviados por Sua Majestade a um certo correspondente secreto. E o mais interessante é que tais missivas, possuíam como origem e destino, endereço na cidade de Maceió, em Alagoas, Brasil.
Foi quando Jesualdo me procurou para contar ser ele o amor platônico da quase centenária lady. Falou-me que em meados dos anos oitenta do século passado, então com vinte e poucos anos de idade, viajara em lua de mel com Generosa, para conhecer o Reino Unido, mais precisamente a Escócia.
Certa tarde, enquanto a esposa descansava no hotel, saiu a passear de bicicleta pelas charnecas locais, paisagem de vegetação rasteira, composta por ervas e arbustos curvados pela garra do vento.
Distraído que estava, atropelou uma jovem senhora que caminhava sozinha bem proximo ao Castelo de Balmoral. Caidos, ela por cima dele, foi amor a primeira vista, o suficiente para trocarem carícias que pareciam sassear um sede inexplicável.
Horas depois ainda deitados na relva, sem terem tido tempo para trocar uma unica palavra, ela levantou-se, lhe entregou um cartão com as insignias da realeza e tal qual um pássaro de fogo cantando em seu ouvido, segurou-lhe pelas orelhas, beijando-o ardentemente, para logo após falar: “write me”.
E daí começou a conexão platônica entre ambos. Inúmeras foram as vezes que deslocou-se para o mesmo destino que ela se encontrava e apesar das circustâncias, sem nunca mais haverem mantido contato dermal, trocavam acenos, sorrisos e beijocas ao vento.
Jesualdo está de luto. Me falou que apesar de Generosa merecer todo o carinho possível, Beth, como ele a chamava, foi o grande amor de sua vida, daqueles de arrepiar seus pelos mais icônicos, o unico aeroporto de seus olhos, pois após ela nunca mais encontrou calor em outros abraços e muito menos o gostoso sabor molhado de seus beijos nas inumeras bocas que beijou, e por mais que tentasse esquecer, o coração reclamava.
Por essa e varias outras Jesualdo é um romântico amante a moda antiga .
Esse é Jesualdo, ídolo de muitos que nele se enxergam, o verdadeiro casanova dos trópicos.
Alberto Rostand Lanverly
Presidente da Academia Alagoana de Letras