Ultimamente só se fala em política. Pensei que depois do segundo turno, as pessoas sossegadas e com os ânimos serenados, davam uma trégua e paravam de invocar o nome de Lula e Bolsonaro.
Ledo engano! Teimam em discutir, agora o indiscutível. A lisura da eleição.
Algumas pessoas inconformadas com a derrota de Bolsonaro afirmam categoricamente que a eleição teve fraude (foi roubada).
Contudo, esqueceram que participamos de eleições gerais, (votamos em deputado estadual, federal, senador, governador e presidente). Não vi em lugar nenhum questionamentos sobre as eleições dos outros candidatos, a não ser a do presidente.
É sempre bom lembrar que o candidato a presidente vitorioso, foi o mais votado no primeiro turno e poderia até ter sido eleito, mas, quis o destino que tivesse segundo turno.
Ninguém questionou os eleitos do primeiro turno. O segundo turno, além da presidência, também tivemos eleições para governadores na maioria dos estados e, até o momento ninguém pôs em dúvida a lisura das eleições dos governadores.
Mas, a vitória de Lula é sempre questionada por alguns (ainda bem que são poucos).
A propósito de fraudes e compra de votos, num regime presidencialista, quem tem o poder da caneta é o Presidente da República, sendo totalmente desigual disputar a eleição com quem tem o poder de distribuir cargos e dinheiro, via os mais diversos tipos de orçamentos.
Todos presenciaram o que foi feito para agradar o eleitor (do auxílio Brasil a diminuição do preço da gasolina), uma verdadeira compra de votos (legalizada e disfarçada).
Teria cabimento essa discussão sobre fraudes nas eleições, se Bolsonaro tivesse sido eleito, todavia, com Lula não! Por mais ajuda que Lula recebeu de setores da sociedade, Bolsonaro recebeu muito mais, pois, estava no poder.
Portanto, a vitória de Lula foi a vontade de uma significativa parcela do povo brasileiro. Essa parcela que votou no Lula foi alimentada pelos muitos erros que Bolsonaro cometeu no exercício do poder, principalmente pela sua não empatia com o povo durante a pandemia, chegando até a dizer “e daí? Não sou coveiro”.
Assim, Bolsonaro foi vítima de suas atitudes, tropeçou nas próprias pernas. Tem um adágio popular que diz assim: ” Só se colhe o que se planta”. Bolsonaro não soube plantar, então sua colheita não foi suficiente para se reeleger. A vida é assim, tem que aprender a viver.
Francisco de França- advogado