Conheço pessoas que não são muito de falar, mas sim de escrever, outros se comunicam verbalmente de forma maviosa, mesmo sem admirar o registro de seu pensar em papeis, algumas nem mesmo gostam de copiar, somente se expressar, porém de uma forma ou outra, todos vão mostrando-se aos semelhantes, e o que é mais importante, as vezes até conseguindo fazer história.
Existem expressivas personalidades da humanidade que marcaram época por seus gestos e dizeres mas não deixaram nada escrito. São mestres cujas lições sobreviveram especificamente no relato de outros, Platão no caso de Sócrates e os evangelistas em relação a Jesus Cristo. Inexistem evidências de que ao menos tais ícones soubessem escrever, contudo ambos possuíam o poder dos vocábulos.
No decorrer dos tempos, com a difusão do ensino, as palavras passaram a ser conhecidas pelos homens, por suas classificações gramaticais, existindo contudo a categoria dos poetas, que indo mais além, conseguem diferenciá-las também pela alma, não somente sabendo com elas brincar, mas possuindo imensa intimidade com as mesmas.
Enquanto o legado do filósofo grego atravessou séculos através de mitos, o do filho de Deus ainda hoje nos fortalece através de parábolas, todavia em ambas situações é a essência da palavra que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e o significado, para externar o desejado, dar sentimento as coisas, fazer sentido.
Certos verbetes encerram em si poder impossível de quantificar, pois ao tempo em que alguns edificam, outros minam enfraquecendo, trazem bênção ou maldição, fazendo com que, entre essas duas balizas, a comunicação siga moldando a vida dos seres pensantes.
É imaginável existirem termos que deviam ser escondidos em baú fechado a sete chaves, porque não acrescentam em nada e sim magoam, destroem, existindo porém aqueles recheados de doses de encorajamento, de viés motivador sempre a incentivar o semelhante a caminhar em frente, regado pelo conforto que consola e oferece segurança, principalmente repletos de amor que nos inundam o coração.
Sabemos ser através da palavra que se transmite o conhecimento e se tenta representar a emoção, algumas são firmes ou voláteis, porém as mais perigosas, são aquelas pronunciadas por determinadas pessoas que nada mais representam que a fragilidade de um risco em espelho d`água, até porque o elogio dos falsos representa verdadeira armadilha, não somente para os inocentes, mas para os adeptos da bajulação que cegam, por não perceber ser a mesma sempre proferida com objetivos secundários.
Independente da época em que foi pronunciada, na antiguidade ou tempos modernos, seja vinda de Sócrates ou Jesus Cristo, a verdade, é ser a palavra possuidora de magia, porém somente será edificante quando pronunciada por indivíduos fortes uma vez que vindas dos fracos, jamais serão sinceras.
É certo que todos os linguajares dormem nos dicionários, contudo somente o homem pode acordá-la para cumprir a grandeza de sua missão.