Incumbido que fui em apresentar Água Branca a Rainha do Sertão das Alagoas, produção do escritor Geraldo Dantas, cujo teor foi degustado de um só fôlego, confesso que forte sentimento aflorou das profundezas de meu coração: Responsabilidade.
Quando o indivíduo responde a determinada convocação, ele se torna sintonizado com seus aspectos mais elevados, tendo a obrigação de saber discernir e portanto assumir a importante tarefa, não maculando etapas nem mesmo sobrepondo objetivos, esforçando-se para, sem oferecer spoillers aos leitores, buscar aguçar suas curiosidades.
Água Branca a Rainha do Sertão é um trabalho diferenciado não somente por apresentar descrições temporais e regionais, mas acima de tudo devido ao explicito carinho permanentemente externado pelo autor em cada um dos seus capítulos, perpetuando importantes fatos e personagens na história da sua própria existência.
Assim, Geraldo Dantas, bacharel por formação, literato por vocação, uma dessas raras pessoas que não precisam estar presentes para ser presente, ao descrever em sua publicação textos e trechos encantadores do cotidiano em sua comunidade, tornou superlativa a minha alegria por ter a chance de ao menos em algumas linhas, me sentir igualmente grande tal qual ele sabe ser.
Em cada parágrafo do livro, seja em recado ao seu torrão sertanejo, citando momentos marcantes vividos, descrevendo sentimentos trazidos no peito divulgando figuras importantes da terra ou mencionando o Grupo Escolar Domingos Moeda onde estudou, Dantas deixa sempre claro que felicidade não se busca, pois se revela nas coisas boas acontecidas e nas ruins superadas com muita determinação.
O legado da obra para o leitor será a compreensão de ser Água Branca diferente, onde gente feliz é aquela que vive, sente, chora, passa dificuldades, caminha em direção aos sonhos, tem metas e foca seus objetivos. Enfim ao conhecer o conteúdo do livro todos ficarão com o gostinho de quero mais e também sabedores de ser a bem-aventurança, uma dádiva pertinente a todos seus habitantes.
O leitor do criterioso trabalho de Geraldo Dantas haverá não somente de encantar-se com o que encontrará nas entrelinhas, mas também achará subsídios para meditar e cultivar no coração a crença na paixão não somente por seu semelhante, mas principalmente pela terra onde nasceu.
Conhecendo Água Branca a Rainha do Sertão, surgirá um novo ânimo para se ter a certeza de que apesar de tudo vivenciado em nossas vidas, ainda é possível acreditar existirem pessoas capazes de amar, tanto seus semelhantes quanto o lugar onde cresceu.
Responsabilidade oferece inspiração, por tal razão Geraldo faz a história ao escrever sobre seu povo. Não é isso que fazem os grandes escritores?
Recomendando tão agradável leitura, desejo a todos se encantem com Água Branca a Rainha do Sertão e haverão de entender o motivo pelo qual os locais não cortaram nunca o cordão umbilical com sua região, pois isso lhes traria morte imediata, não por falta de oxigênio, mas por ausência de saudades, lembranças, lágrimas, vida, uma vez ser o passado de seus filhos o grande tesouro da coletividade.