Boa parte do mundo vive em guerra. Milhares de pessoas são mortas, outras expulsas de seus países.
Rússia e Ucrânia estão lutando, brigando por causas que só elas entendem. Os outros países se reúnem, pedem a paz, mas nada acontece de bom. A briga continua e os envolvidos morrendo ou fugindo.
Recentemente, começou outra guerra. Agora entre Israel e a Palestina. Atrocidades são cometidas, pessoas assassinadas, decapitadas. Assustadas, elas fogem em busca de auxílio.
Se ligarmos a TV, só ouvimos dramas, histórias tristes, criaturas abandonando suas casas, deixando para trás a construção de uma vida inteira. É só tristeza, sem esperança de recomeço.
Procuro ouvir explicações de comentaristas que estudam os dois casos e não consigo entender onde está a razão. Só sei que o povo dos países em guerra é que sofre, que morre.
Vejo alguns países querendo ajudar um lado ou outro. O Brasil está pendendo para um lado, mas não se posiciona concretamente. Tem trazido refugiados de Israel, da Palestina e se preocupado com a disputa.
Outro problema existente e que vai aumentando: o que fazer com as pessoas em situação de fuga? Como vão viver em países estranhos? Haverá comida, moradia e trabalho para todos?
Durante e depois da guerra, como ficarão os países envolvidos? Com as bombas e a destruição de um lado e do outro, o que restará no meio dos escombros? Hoje ouvi a história de uma mãe que se perdeu dos filhos durante um desses combates e só os reencontrou oito anos depois. Nesse período, todos passaram fome, frio e humilhações. Estão juntando os cacos agora nas mãos de Deus!
Em Israel, morreram jovens estudantes que estavam em uma festa. Alguns nem foram encontrados ainda; outros foram mortos durante a fuga. Imagino o sofrimento dos pais e familiares!
Fico pensando em nosso país. As guerras por aqui são outras: tráfico de drogas, milícias, assassinatos em vários Estados. Faz muito tempo que as autoridades policiais lutam para resolver o problema, mas não conseguem.
O Rio de Janeiro já está famoso no caso do tráfico de drogas e nas disputas com o crime organizado. Lembro-me do meu filho João, quando era Capitão, passava várias noites em missões nas favelas da cidade. Pelas madrugadas, ele me ligava e dizia: “Mãe, eles, os bandidos, têm mais armas do que nós, militares; são muito organizados.” E eu ficava acordada, no meio da noite, rezando por ele.
Uma amiga minha, professora, lecionava numa escola da periferia do Rio. Certas tardes, precisava ir ao médico, mas a área estava ocupada pelos bandidos. O chefe deles dizia: “Daqui a meia hora ela pode sair; todos estão avisados.” E assim acontecia.
As crianças faltavam às aulas na tal escola. Ao voltarem diziam à professora: “Tia, fui visitar meu pai em Tremembé.” Mas, as mães recebiam pensão das quadrilhas organizadas.
Porém, não é só o Rio de Janeiro! A Bahia está na berlinda. Pessoas são assassinadas na porta de casa. O problema se acentua, mas o crime sai na frente e ganha espaço.
Mesmo assim, não podemos comparar o Brasil com os países que estão em guerra. Se não formos assaltados, ainda temos condições de viver bem. Não há bombas destruindo nossas casas, o fundo religioso não é tão grave e alguns direitos são respeitados.
Os leitores devem perguntar: “E a corrupção, amiga”? Eu responderei então: É assunto para outro artigo.
Tentaremos falar no Brasil sobre o amor. Ele nos levará a destinos saudáveis. O ódio responderá pelas guerras nesse mundo.
Só Deus resolverá tanta confusão!
Alari Romariz Torres
É aposentada da Assembleia Legislativa