Outro dia, uma neta chegou em nossa casa e ficou preocupada: “Vovó, você está triste. Não gosto disso. Voltarei para revê-la”. Esse tipo de anjo existe e foi mandado por Deus.
Antes de dormir, procuro refletir e pensar no dia seguinte, rezando para que venham boas notícias e seja sempre um tempo melhor. Converso com Deus e peço orientações. São momentos de reflexão que me fazem bem.
Meu marido foi passear no terreno de nossa casa e percebeu Zeus, nosso cão de guarda, latindo e pulando. Viu então, uma cobra bem perto dele e se assustou. O cão matou a cobra e ficou olhando para a possível vítima. Um anjo que salvou a vida de seu dono!
Sempre que meu pai sonhava com algum fato perigoso em relação a qualquer um de nós, ligava para a criatura com quem sonhou e avisava: “Cuide-se! Sonhei com você em perigo; algo pode acontecer!” Muitas vezes o sonho era verdadeiro. Ele, meu velho pai, era um anjo em nossas vidas!
Luto por melhores dias para os companheiros do Legislativo das Alagoas. Por conta disso virei ré em alguns processos. Na hora de receber o prêmio das ações na Justiça, sou prejudicada por ter sido julgada pelos homens de toga e condenada. Aí, aparece um jovem advogado e me avisa: “Amiga, sei da sua luta, vou tentar socorrer você.” Mesmo que não possa, já virou um anjo em minha vida.
Há dois anos, eu e meu marido sofremos um acidente de carro. Fomos levados para um hospital da cidade e atendidos por um jovem médico de maneira grosseira, chegando eu a levar dois tapinhas nas costas, de forma debochada. Narrei o fato nas redes sociais. O inexperiente doutor me processou e a juíza do caso me condenou sem me ouvir, porque não gostava de mim. Eu havia criticado o marido dela, há mais de vinte anos em atividades sindicais. Espero que os integrantes de nosso Tribunal de Justiça consertem o erro e não punam uma velha senhora agredida por um bacharel em medicina. Peço a Deus que transformem meus juízes em anjos da terra.
No enterro de meu pai, há 40 anos, encontrei pessoas desconhecidas que diziam: “Era um bom homem.” Socorreu muita gente que sofria nas mãos da Previdência Social. Ele examinava os casos e reclamava administrativamente. Aprendi com ele a entrar com pedidos administrativos, evitando a ação judicial. Com certeza, meu querido pai foi um anjo enviado por Deus.
Convivemos durante muitos anos com militares do Exército e vimos fatos dignos de nota. Companheiros que se sentiam prejudicados, ligavam para um colega mais graduado, pedindo ajuda. O engano era solucionado e a vítima sorria de alegria. Mais um anjo que Deus mandou para a terra.
Cheguei na Assembleia Legislativa com dezoito anos de idade e lá encontrei duas mulheres sábias e maravilhosas. De vez em quando, Jacyra e Yolanda me chamavam para fazer cálculos na folha de pagamento, fora do expediente. Terminado o trabalho, mandavam um motorista de “carro de praça” levar-me em casa e pediam: “Não comente nada. Deus a abençoe!” Duas criaturas enviadas por nosso Ser Superior. Aprendi muito com elas.
Quantas vezes sofremos com problemas pessoais ou profissionais e encontramos anjos do céu vindos em nosso auxílio! Um médico que nos atende com carinho, nossa secretária que viu nossos netos nascerem e nos consola nas horas difíceis, uma amiga querida que nos dá colo, um filho que brinca conosco e alivia o sofrimento, uma alma boa que nos visita no hospital.
Digo sempre: Deus existe; não duvidem. E Ele manda anjos para a terra com a obrigação de procurar pessoas sofridas, olhando para eles e pedindo socorro.
São os anjos de nossas vidas!
Alari Romariz Torres *
* É aposentada da Assembleia Legislativa.