Renan Filho, talvez, esteja vivendo o pior momento de sua carreira política, até abril terá que decidir se renuncia ou não a chefia do governo estadual.
Se renunciar, ficará nas mãos de seu sucessor que será escolhido pelos deputados e aí pode estar o perigo. É que o presidente da Assembléia Marcelo Victor, comanda 23 dos 27 deputados.
Marcelo Victor, um hábil político, sabe jogar o jogo do poder e, sabendo da força que tem, já conseguiu emplacar o nome de seu fiel escudeiro ( Paulo Dantas) para ser o escolhido dos deputados na substituição de Renan Filho.
Parecia que estava resolvido: o deputado Paulo Dantas seria o governador tampão, com possibilidade de ir para a reeleição, mas, no jogo político, tudo pode mudar em fração de segundos.
É que (segundo comentários) o hábil Marcelo Victor, ao tempo em que se aproximava de Renan, também negociava com Arthur Lira, deixando ambos incomodados.
Corre um boato que Arthur tomou o partido do Marcelo e o deixou a ver navios. Fato que se for comprovado, o desarticula momentaneamente, pois, Marcelo provavelmente teria juntado 23 deputados em uma frente forte para garantir a eleição da maioria.
O fato de Marcelo querer se dar bem com gregos e troianos ( Renan/Arthur), já provocou a ira de um e pode gerar desconfiança no outro.
Atualmente o arqui-inimigo político dos Calheiros é o presidente da Câmara Arthur Lira. Os Calheiros governam Alagoas há muitos anos e os Liras ( pai e filho), muito embora estivessem numa posição de destaque ( Senado e Câmara Federal), nunca governaram o estado.
Arthur, como presidente da Câmara Federal tem a amizade e o trânsito livre com o governo federal, enquanto o Senador Renan é oposição.
Nessa pisada, Arthur está dando as cartas nos cargos e nas verbas federais destinados a Alagoas e com isso vai atraindo a classe política, principalmente os prefeitos, a exemplo de Luciano Barbosa, que já foi a passos largos para os braços do Arthur.
Mas, então como fica Renan Filho? Vai ou não vai ser candidato ao Senado? Se for, pode correr o risco de ver Marcelo Victor, em comunhão de desígnios com o Arthur, fechar as torneiras da sua campanha e cooptar os prefeitos para os objetivos da dupla.
Contudo, não sendo candidato, poderá eleger seu sucessor e até um Senador de sua confiança, pois, no comando do governo, a classe política e as principais lideranças do estado, teriam a tendência de ficar com ele, facilitando a eleição dos candidatos da sua preferência.
Está cedo e não está, abril se aproxima (02 de abril), prazo fatal para sua decisão. Se for inteligente, deixa o sonho de Ser senador mais para frente. Abdica agora e tem chance de continuar, juntamente com seu pai, comandando a política alagoana.
Falta pouco esperar prá ver !
Francisco de França – Advogado