O assunto da semana passada foi a condenação do Deltan Dallagnol por ter exposto o ex-Presidente Lula. Está obrigado a pagar setenta e cinco mil reais ao moço por danos morais. Tomei um susto com a decisão do Superior Tribunal de Justiça, mas, como dizem os mais sabidos: “decisão judicial não se discute, cumpre-se”.
Entretanto, outra grande surpresa foi a atitude do povo brasileiro: já foram depositados na conta do Procurador mais de quinhentos mil reais, ou seja, meio milhão de reais para pagar setenta e cinco mil ao Lula. O resto irá para crianças com câncer.
Também já fui vítima de caso parecido: em 2019, sofremos, eu e meu marido, um acidente de carro. Fomos levados para um hospital da cidade e atendidos por um bacharel em medicina. Tratou-nos com grosseria, falou mal do hospital, nos encaminhou pra o HGR e ainda deu 3 tapas no meu ombro.
Como coloquei o ocorrido no facebook, ele entrou com uma ação conta mim e a juíza do caso, sem me ouvir, simplesmente me condenou. Todos acharam um absurdo a decisão da magistrada. Dias depois, ela, a juíza, procurou uma amiga comum e avisou, mostrando um documento: “Eis aí porque condenei a Alari”. Era um processo contra mim, de autoria do Desembargador, seu marido. Desconhecia a nobre senhora que o cidadão, já falecido, havia retirado a queixa, encontrou-se comigo e pediu desculpas. “Não havia necessidade disso”, afirmou o velho conhecido de meu marido.
Recorri da decisão e o processo está nas mãos dos senhores Desembargadores. Peço então, de público, que revejam o caso, conversem com a juíza e não condenem, injustamente, uma idosa de 80 anos, terrivelmente agredida por um jovem médico em início de carreira.
Reconheço que a Justiça é formada por pessoas humanas, falíveis. Nem sempre é justa e há casos de condenações erradas. Muitas vezes, depois de anos e anos, a verdade vem à tona, mas a criatura já foi duramente penalizada.
Retornando ao caso do ex-Presidente Lula, não dá para entender se é culpado ou inocente nos crimes a ele atribuídos. A Justiça se contrapõe em vários processos e as pessoas que o julgaram estão sendo condenadas.
Nosso Supremo Tribunal Federal está perdendo a credibilidade. Os Ministros mandam prender as pessoas que os criticam e só um pensamento vem à minha cabeça: Vivemos numa democracia e não podemos criticar algumas autoridades?
Se falarmos no atual Presidente da República, é impressionante como é atacado. E não vejo ninguém ser processado ou preso por falar dele. Se faz algo de bom, a mídia esconde. Se erra, a maioria o critica. É um jogo sujo visando acabar com o Presidente. Não sei até quando aguentará.
Vivemos no Poder Legislativo Estadual e a grande maioria de nossas reivindicações não se resolvem administrativamente. Vão à Justiça e ficamos na dependência dos senhores Juízes. Repito: Como eles são humanos e falíveis, nem sempre acertam em suas decisões. Entregamos a Deus o resultado final.
Respeito os juristas das Alagoas, sou amiga de alguns, mas sou vítima de injustiças. Outro dia, um Juiz bem bravo, teve pena de mim e perguntou: “O que a senhora faz aqui? Vá embora, pois adiei a audiência”! E me olhou fixamente, com os olhos verdes, iguais aos meus.
Leitores amigos, sou vítima de vários processos porque luto por meus direitos. Não matei ninguém, não roubei. A perseguição que sofro é por não saber ficar calada quando pisam nos meus direitos.
Estou com oitenta e um anos, cheia de doenças, mas lúcida e não consigo ficar quieta.
Com tanto sofrimento, ainda confio na Justiça dos homens.
Como falei dos juristas, viva Marcos Bernardes, um grande deles!
Alari Romariz Torres
É aposentada da Assembleia Legislativa